Eu a conheci durante um momento em minha vida em que eu estava descrente de tudo… Parecia que o mundo não fazia mais sentido. Estava perdida, de certa forma. E a primeira vez que ouvi falar na “casa dos sonhos”! O conceito parecia até bonitinho para uma criança, mas não sei se pegava bem uma mulher daquela idade compartilhando essa ideia…Mas percebi que não era um sonho era realidade…

Foi num mês de junho. Ela ministrou uma palestra em minha faculdade e eu estava lá. Foi à noite, em um auditório lotado. Meus amigos e eu sentamos mais ou menos no meio das fileiras. Meu primeiro susto foi quando percebi que ela era tão jovem. O segundo, no quanto ela era bonita. E o terceiro foi quando ela sorriu. Era um sorriso tão cativante que, naquele instante, tomei uma decisão: iria trabalhar com aquela mulher.

O fato de eu ter a honra de contar essa história hoje prova que eu consegui! Um dos primeiros sonhos que ela me ajudou a realizar, mesmo que na época eu ainda não tivesse consciência disso.

O motivo pelo qual estou contando tudo isso? Bom… Depois de muito debate interno, penso que agora é o momento de compartilhar um pouco dessa história. Quero que entenda, de verdade, porque sonhos são tão importantes. E, sobretudo, quero inspirar em você o mesmo amor pela vida que ela tem.

Antes de começarmos, quero deixar claro que conheci essa história ao longo de todo o tempo que convivo com ela. Em alguns momentos pode ser que eu não consiga extrair toda a emoção que a vida possui, por sua própria natureza. Mas esta foi a forma que encontrei de homenagear e expressar minha gratidão por uma das pessoas mais extraordinárias que já conheci.

Preparado? Então senta que lá vem história…

Era uma vez…

…em um país não tão distante, havia uma cidadezinha nova, de apenas 52 anos de idade. Nessa cidade, vivia uma jovem determinada, valente e muito, muito bonita. Era difícil não se encantar pelos belos olhos azuis daquela senhorita. E, além disso tudo, ela era inteligente. Não é preciso ser um gênio para saber que essa moça arrancava suspiros por onde quer que passasse e, por isso, logo conquistou o coração de um militar.

Naquela época, o país passava por uma severa crise econômica, apesar do clima de esperança instaurado pela eleição do primeiro presidente em 30 anos. Foi neste cenário nada promissor que a moça e o militar se casaram.

Pouco tempo depois, nasceu uma menininha única. Ela era diferente das outras crianças. Enquanto todos nasciam de olhos fechados, ela não: nasceu curiosa, querendo conhecer o mundo com seus olhos dourados abertos sedentos por novidades.

O nome dela é Tathiane e, já nas suas primeiras horas de vida, mostrava que veio ao mundo para deixar a sua marca.

Uma casinha muito engraçada

O pai da garotinha não era engenheiro, então não sabia fazer projetos. Ele também não era pedreiro, por isso não sabia sequer assentar tijolos. Mesmo assim, o homem fez mais que uma casa: daquela construção torta e cheia de falhas, com telhas de amianto e sem pinturas nas paredes, ele construiu um lar.

E os três não moravam sozinhos: tal qual Branca de Neve, “Tathi”, como veio a ser conhecida pela família e pelos amigos, também recebia visitas constantes de animais. Só que um detalhe… ninguém faz amizade com ratos e baratas.

Só que o amor que aquela família tinha era maior que essas dificuldades. A menina dos olhos dourados era feliz, pois sabia que, se estivesse com os pais, tudo daria certo.

A casa dos sonhos, 

Como não tinham muito dinheiro, os pais de Tathi não podiam comprar muitos brinquedos. O sonho de sua mãe era dar-lhe uma casinha de bonecas feita de madeira. Ela observava a filha todos os dias brincando e conversando sozinha, sem ter condições para o presente. Os outros adultos temiam que a garota fosse louca. Mal sabiam que ela era, na verdade, uma visionária.

Enquanto brincava, utilizava o que tinha de mais precioso: a criatividade! Usando da imaginação, Tathiane criou um mundo em que não somente tinha a própria casinha de bonecas, como lá dentro também havia algo extraordinário… Uma máquina de dinheiro!

Todos os dias usava essa máquina para comprar roupas, joias e brinquedos para si e para sua família. A menina queria ajudar a todos, presenteando aqueles que cuidavam dela. Só que o dinheiro imaginário não a fazia feliz. Mesmo ajudando os amigos em seu mundo único, percebeu que precisava também ajudar crianças de rua, orfanatos, animais abandonados… Para se sentir plena, ela queria usar aquele dinheiro para tornar o mundo um lugar melhor.

Foi então que percebeu que a casa dos sonhos não produzia dinheiro… A casa gerava sonhos para um futuro melhor.

Viver o sonho

A menina dos olhos dourados não era uma princesa: não tinha fada madrinha nem o que comer. E, apesar de gentil e com um coração puro, ela também não tinha muitos amigos. Como era muito tímida, não conseguia falar com os coleguinhas da escola.

Curiosamente, uma de suas brincadeiras favoritas era vender amostras de perfumes e de retalhos que a avó descartava. Logo já não havia nada, pois a menina vendia rapidamente tudo.

Mas algo faltava ainda. Sabia que para conseguir realizar seus sonhos, precisaria dedicar mais do que as pessoas comuns. Quando era homenageada por suas notas na escola, ficava feliz: por trás desta conquista havia muito trabalho.

Um dia, quando pediu conselhos acerca da faculdade, ela sorriu e disse:

“Eu nunca fui a mais inteligente da escola, mas sempre fui a mais esforçada! E tenho a convicção que determinação aliada a sonhos rompem qualquer barreira.”

Essa é a força que nos ajuda a mudarmos para sempre a vida.

O despertar do sonho

Como um raio que parte uma árvore ao meio e te acorda assustada; como aquele momento que você não quer acordar e o tempo parece deixar de existir. Um grito saltou-lhe dos pulmões enquanto ela tentava processar a informação. Aquilo não podia ser verdade.

Tinha apenas 11 anos e descobrira que o pai havia sido assassinado… com 6 tiros! Sentindo-se vazia, com o coração espetado por milhões de agulhas ao mesmo tempo. Ela conta que não querendo acreditar ficou horas olhando o caixão para ver se ele respiraria ou mexeria algum dedo. Queria contar a boa notícia que o pai ainda estava vivo, mas isso não aconteceu…

Pouco antes disso, ela havia descoberto que seu pai não era seu pai biológico.

A menina, que tinha acabado de perder uma das pessoas que mais amava, foi em busca do homem que havia lhe dado a vida… e a experiência não foi das melhores!

“Você não cresceu comigo, por isso não espere amor de mim que isso eu não tenho para te dar”, ele disse.

Nesse episódio aprendeu que a vida passa depressa. Era filha de um pai que a amava, e poderia ser filha de dois — mas um havia morrido e o outro não tinha amor para dar. Vivenciou, com 12 anos, o poder da inteligência emocional, e assumiu uma nova forma de ver o mundo: quem consegue celebrar momentos de alegria e aprender com momentos de tristeza, aprende a gerir o tempo e as emoções, e transforma-se num ser humano capaz de evoluir.

A determinação para um novo sonho: o impossível

O tempo passou e aquela mocinha magra e tímida tornou-se uma mulher cheia de energia. Apaixonada por estudar e sempre com o propósito de conquistar uma vida melhor para si e para a mãe, começou a fazer cursos, muitos cursos. Aos 22 anos percebeu que havia realizado muitos, e hoje já ultrapassou o marco de 400! Inclusive com uma formação em negociação pela Universidade de Harvard e duas em liderança por Ohio e Atlanta.

Mas não se contentou. Tinha um desejo ainda maior.

De nada valeriam as suas conquistas se não fosse uma influência positiva nas vidas das pessoas. Como na infância, voltava a sonhar com ajudar os outros, o maior número de pessoas, a conquistarem os próprios sonhos.

Com a força e a emoção que a Tathiane transmite a todos que a cercam, deu-se início a uma nova etapa, na qual ela caminhou em direção a se tornar uma executiva de sucesso. E aos 26 anos, já tinha dado mais um passo, sendo nomeada diretora nacional de uma grande franquia educacional.

Mas o sonho pareceu um pesadelo

Tathiane já estava ganhando R$ 50 mil por mês pelo seu próprio mérito, trabalhava como diretora nacional de um instituto, coordenava 5 cursos de pós graduação, tinha um empresa em Fortaleza e outra em Teresina. Sentia-se confiante e feliz por todas a realizações.

De repente, sofreu um impacto. Na sua energia de furacão. No encanto de seu olhar de menina. Perdeu tudo.

Com isso, em 2014, decide passar um período de reflexão sobre os próximos passos. Após mais de cem dias de pesquisas, consultas, e reflexões intensas, avança na criação do Instituto T&D. Ao mesmo tempo que resolvia os documentos de tudo que perdeu, já entrevistava novos candidatos para trabalharem com ela na nova empresa. Desenhou tudo que queria e o que não queria para essa nova jornada e seguiu determinada. Toda a situação trouxe clareza do valor de amizade, trabalho em equipe e desenvolvimento do potencial humano!

A casa dos sonhos começou a fazer mais sentido para mim.

Ao conhecer essa história, algo mudou em mim. Descobrir aos 22 anos que outra pessoa conseguiu abrir a própria empresa antes dos 30 assusta! Mas é um susto bom, que nos move em direção ao que mais desejamos. Tathiane teve essa influência em mim: fazer-me sentir que quando planejamos o tempo, somos capazes de alcançarmos os sonhos.

Já não era um sonho era realidade

Aquela garotinha que imaginava sua casa dos sonhos conseguiu, de fato, construí-la. O Instituto Deândhela é muito mais que uma empresa. É um lugar onde todos os colaboradores aprendem, através da convivência como sonhar com os pés no chão, como fazer possível o impossível.

É um lugar onde descobrimos que o importante são as soluções.

É onde conseguimos transmitir essa mensagem para todos aqueles que nos procuram em busca de auxílio.

Instituto Deândhela, inspirando soluções!

Instituto Deândhela, a nossa casa dos sonhos.

Inara Fideles

Não era um sonho era realidade - A história de Tathiane Deândhela