Em palestras e treinamentos, sempre manifesto a importância de identificar os papéis que exercemos diariamente em nossas vidas. Seja como pais, filhos, netos ou avós, profissionais, alunos… São inúmeras as classificações. Entretanto, com o aprofundamento da crise econômica, tenho percebido um movimento peculiar. As cobranças têm aumentado e a falha está fora de cogitação. Principalmente no ambiente de trabalho. Mesmo que saibamos que ninguém é perfeito, cobramos cada vez mais — dos outros e de nós mesmos. E não percebemos o que isso resulta em nossas vidas.

Uma amiga revelou-me, há pouco tempo, que é ansiosa. Não no sentido comum que costumamos pensar: algo passageiro e natural de algumas situações de tensão. No caso dela é uma doença psicológica. Além das inquietações de sua mente, ela apresenta sintomas como dores de cabeça fortes, insônia, tremores, esquecimentos e falta de atenção.

Além disso, ela manifestou algo grave: as crises, que antes eram controláveis, tornaram-se mais frequentes nos últimos meses. Tudo devido a um aumento de cobranças por todos os lados, mas principalmente de si mesma.

Isso acarreta um círculo vicioso perigoso… A ansiedade faz com que ela tenha enxaqueca, o que faz com que a produtividade caia. Em tempos como o que estamos vivendo, isso representa um perigo real de desligamento. Por consequência, fica ainda mais ansiosa! Ao final, ela se sente afetada em todas as áreas de sua vida, gerando grande infelicidade.

A conversa me fez refletir acerca de alguns aspectos que decidi compartilhar aqui, pois sei que a situação é vivida por muitas outras pessoas.

ninguém é perfeito. E, para algumas pessoas, isso gera ansiedade

Antes de tudo, respire!

Desde criança aprendi a importância da inteligência emocional. E um dos elementos mais importantes para isso é a respiração. A oxigenação do cérebro ajuda para que sejamos capazes de controlar as emoções mais intensas e, assim, possamos pensar mais claramente.

Um exercício interessante que aprendi foi o de contar o tempo da respiração. Inspirar por 4 segundos. Segurar o ar nos pulmões por 4 segundos. Expirar por 4 segundos.

Minha amiga diz que isto nem sempre é suficiente para resolver as crises, mas ajuda bastante para se acalmar.

Aceite o fato de que ninguém é perfeito, nem mesmo você

Mesmo com todas as cobranças e com tudo o que está acontecendo à sua volta, você não tem obrigação de ser perfeito. As falhas são naturais no processo de aprendizagem e desenvolvimento. Esteja em paz com isto!

E antes que diga que “é fácil falar, mas difícil fazer”, perceba que eu também estou sob pressão a todos os instantes. Como empresária tenho colaboradores que dependem de minha empresa. Como coach meus coachees dependem da seriedade e qualidade de meu trabalho para obterem resultados. Sou filha e trabalho em conjunto com minha mãe para pagarmos as despesas. Sou neta e percebo minha avó emagrecer cada vez mais a cada visita.

Sou humana e imperfeita. Dou meu melhor sempre. Contudo, entendo que, por mais que me esforce, em algum momento irei errar. As consequências serão mais ou menos graves (não resta dúvidas!). Só que meu foco não está nas falhas, e sim em aprender e melhorar a cada instante.

Não podemos chegar à perfeição, mas podemos evoluir sempre

E sem pressão! Muito cedo, ao ouvir um tio falar para a minha mais da importância dos estudos e da evolução associada a isso, busco sempre mais conhecimento.

Mas não se cobre para ser o melhor em tudo: esforce-se para ser melhor que você mesmo no instante anterior. E tenha certeza de estar dando o melhor que pode. Assim, estará em constante evolução. E o desafio que parecia quase impossível de ser solucionado, depois, se prova mais simples que o imaginado.

E lembre-se: ninguém é perfeito. Então por que esquentar a cabeça por você não ser?