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O que é retórica e Como desenvolvê-la no seu dia a dia

O que é retórica

Em primeiro lugar, quem quer falar bem está sempre em busca de técnicas de oratória e, inevitavelmente, acaba esbarrando na palavra “retórica”, e os dois significados acabam se fundindo. Mas, afinal de contas, o que é retórica?

Origem da retórica

Em sua origem primária, a retórica é o estudo da persuasão, e data ainda do Século V antes de Cristo, na região da Sicília. Contudo, em outra parte do mundo, foram os filósofos da Grécia Antiga quem popularizaram esse conceito, conectando a retórica à sua importância política e jurídica.

Inclusive, o estudo da retórica teve tamanha importância ao longo da história que, na Idade Média, ela era ministrada nas universidades com o mesmo nível que a lógica e a gramática.

Sofistas e filósofos à parte, e navegando nos mares do tempo, a gente chega ao Século XXI com uma série de interpretações do que é, do que não é, e do que poderia ser a retórica.

Em termos simples, ela pode ser definida como “a capacidade de falar bem.”

Agora… Se formos levar em consideração toda a complexidade e o verdadeiro poder da comunicação eficaz, aí a conversa desenvolve bastante…

E como eu sei que você tem interesse nesse assunto (caso contrário nem teria chegado até este artigo), vou explorar aqui um pouquinho melhor sobre:

A diferença entre o que é retórica e o que é oratória

Que tal, então, a gente começar pela confusão que mencionei no início deste texto? O que é oratória e o que é retórica? Elas se confundem principalmente pelo fato de as duas estarem profundamente ligadas à comunicação. Porém, não se engane: trata-se de conceitos distintos, igualmente importantes e de qualidades complementares.

O que é oratória?

Pra começar, a oratória é a arte de falar bem em público. Portanto, ela envolve elementos tais como:

A oratória envolve reter a atenção do público por meio da sua comunicação oral.

O que é retórica?

Enquanto retórica está muito mais conectada à mensagem que se quer transmitir, e envolve:

Tudo isso para se alcançar seu objetivo principal: a elaboração de um discurso persuasivo.

Por que estudar a retórica é tão importante?

Sabe quando você está com fome e, além disso, está com o desejo de um prato específico? Imagine que, para a sua sorte, no seu restaurante favorito aquele prato está sendo servido. E, para completar, você ganhou uma sobremesa cortesia.

Parece a situação perfeita…

Nesse sentido, é mais ou menos essa a sensação do público quando se depara com um palestrante que, além de excelente orador, é também um mestre da retórica: completamente surpreso e saciado.

Vivemos hoje uma realidade em que, cada dia mais, a retórica se faz necessária – ao mesmo tempo que estão em falta profissionais que dominem esta arte

Os palestrantes têm se dedicado bastante a dominar as técnicas de oratória. E elas são realmente importantes! Mas de que adianta falar bem e transmitir uma mensagem fraca?

Em outras palavras, a grande verdade é que, para a realização de uma apresentação memorável, seja no formato de palestra, entrevista, treinamento, ou qualquer outro formato, é necessário ser excelente tanto na oratória quanto na retórica.

Onde você pode aplicar a retórica no seu dia a dia

Por estar relacionada à persuasão, a retórica se aplica a tudo.

Um filho que argumenta bem consegue negociar mais horas de videogame com os pais.

Um profissional que compreende as necessidades de seus clientes é capaz de oferecer soluções que atendem seus principais interesses.

Um líder que estuda o posicionamento de sua empresa levando em consideração sua equipe encontra os estímulos certos para que cada liderado entregue o melhor de si.

Tudo isso se resulta pelo domínio da retórica!

Como desenvolver a retórica

A retórica é muito importante para sua comunicação, porque a retórica também é a arte de argumentar bem. E a argumentação nada mais é que a exploração do seu ponto de vista. Saber falar sobre o que você defende,

Para desenvolver sua retórica, você pode treinar diariamente os três elementos que sustentam qualquer tipo de argumentação: LEI – Lógica, Emoções e Impossível.

1. Lógica

Desde o Iluminismo a sociedade foi moldada para valorizar o raciocínio lógico em suas diferentes formas.

Exercícios de dedução e indução eram formas de entretenimento entre os alunos das universidades.

E até hoje a pesquisa científica se pauta muito no raciocínio para estabelecer novas hipóteses de investigação.

O Coeficiente de Inteligência (QI) muitas vezes é medido por meio de uma série de testes lógicos.

Mas então, como é possível treinar seu raciocínio lógico para melhorar sua retórica?

  1.   Experimente algo novo – este tipo de atividade estimula a criação de novas conexões neurais, as principais responsáveis por construir uma linha de raciocínio;
  2.   Corpo são, mente sã – ao praticar atividades físicas regularmente, você estimula o fluxo sanguíneo e, com ele, a melhor oxigenação das células (e isso inclui os neurônios);
  3.   Ei! Eu me lembro disso! – A memória, assim como os músculos e o raciocínio lógico, pode ser treinada. E isso pode ser feito por meio de jogos bastante divertidos;
  4.   Alimente a sua mente – as sinapses nervosas necessitam de energia para acontecerem. Isso significa que a sua alimentação terá grande influência na sua capacidade de raciocínio;
  5.   Durma bem – já foi comprovado por meio de diversos estudos que o sono é um dos principais fatores para o funcionamento apropriado do cérebro, especialmente no que tange à memória, produtividade e raciocínio lógico.

Além dessas 5 dicas, você ainda pode estimular seu pensamento lógico por meio de exercícios específicos ou de jogos tais como Xadrez, Sudoku e palavras cruzadas.

2. Emoções

Você sabia que o cérebro humano pode ser dividido em 3 principais camadas?

Após milhares de anos de processos evolutivos, hoje somos capazes de compreender e raciocinar acerca de diversos fenômenos – e isso nos permite desenvolver e criar novas tecnologias que são fundamentais para estabelecer uma vida cada vez mais confortável.

No meio de todo esse processo, o cérebro acabou formando camadas nas quais os processos nervosos resultam em diferentes tipos de pensamento. Essas divisões são: o cérebro reptiliano (a camada mais profunda e antiga, geralmente associada às respostas instintivas), o cérebro límbico (a camada do meio, responsável pela coordenação e consolidação das memórias) e o neocórtex (a camada superficial, à qual se atribui o raciocínio lógico).

Ao contrário do que muita gente acredita, as decisões não acontecem somente no neocórtex, com base na lógica, mas sim no cérebro reptiliano, isto é, o responsável pelas nossas emoções.

E o que isso tem a ver sobre a retórica? Tudo!

Quando você levanta argumentos emocionais (ou seja, o motivo pelo qual você está fazendo algo) você está conversando diretamente com a parte do outro responsável por tomar decisões.

Isto gera conexão e confiança por parte do receptor – elementos que são cruciais para que sua apresentação tenha sucesso.

3. Impossível

Desenvolver sua retórica por meio do impossível é o último passo

“Ué! A Tathi ficou doida de vez!”

A prática da retórica é a prática da argumentação e da persuasão – que são processos que estão profundamente sujeitos aos sistemas de crenças e valores do receptor.

Treinar seu cérebro para questionar a realidade e propor argumentos que sustentem o impossível tornará este processo muito mais natural e simples.

Certa vez em um grupo de Master Mind, nos foi proposto que a gente explicasse “por que beber água faz mal à saúde?”

Na hora eu fiquei em choque. Afinal de contas, fui ensinada desde criança exatamente o contrário!

Enxergar além do óbvio é o segredo. Fazer literalmente uma ginástica mental para melhorar sua capacidade argumentativa. E, claro, desenvolver uma retórica impecável.

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