Segunda-feira, 9h da manhã. Três colaboradores já enviaram mensagens dizendo que irão se atrasar e um disse que não irá ao trabalho. Você olha com descrença para a tela do computador, esfrega o rosto com as mãos e suspira. Esse tipo de atitude já não é novidade. Parece até que a sua equipe faz rodízio de faltas! Você tenta entender o que está acontecendo: protocolos são seguidos; relatórios preenchidos; DDS em dia; PDCA sendo executado. Os processos estão estruturados e a produtividade é até satisfatória. Contudo, algo não está certo. A equipe parece sempre cansada. Não há brilhos nos olhos. Os movimentos são mecanizados. As poucas ideias que surgem não atendem ao nível de talento que já viu naquela equipe em outros tempos. A liderança na indústria onde você trabalha está fraca. Algo precisa ser feito e com urgência.
Esse é o momento em que você se torna líder.
A importância da liderança na indústria
Já havia comentado aqui no blog que um dos grandes paradigmas do mundo empresarial gira em torno da ideia de que somente pessoas em altos cargos podem atuar como líderes. A realidade, porém, é que a liderança é uma habilidade que pode ser desenvolvida por qualquer pessoa, em qualquer cargo.
Liderança é a capacidade do ser humano de inspirar e motivar outras pessoas a atingir seu máximo potencial. O papel dela é, em essência, dar o exemplo e provar que é possível fazer algo.
Em todos os setores da economia observamos a importância de desenvolver essa habilidade. Comecemos cedo: professores de educação infantil podem são líderes, pois estimulam nossos sonhos e a nossa busca pelo conhecimento desde os primeiros anos. Crianças choram, reclamam, fazem o que querem e quando querem, mas os líderes lhes orientam o caminho e lhes incentivam a começar a cumprir normas e regras.
Ao ler esta reportagem percebi a importância de falar sobre a liderança na indústria: de uma pesquisa realizada com mais de 31 mil pessoas, apenas 38% dos que trabalham no setor industrial consideraram seus líderes como sendo de alta qualidade.
Enquanto especialista em produtividade, considero absurdo que o potencial de tanta gente seja desperdiçado. Para ajudar a mudar isso, resolvi escrever este artigo sobre liderança na indústria.
O maior ativo da sua empresa são as pessoas
Máquinas não são criativas. Dinheiro não tem capacidade de inovar. Tempo não pode ser criado ou manipulado. Móveis não propagam ideias. Propriedades não evoluem. O chão de fábrica só produz se pessoas motivadas fazem o trabalho para o qual foram encarregados.
Quando motivados por um ideal, seres humanos conseguem realizar o impossível. Criamos máquinas voadoras que pesam toneladas. Fomos capazes de sair da atmosfera terrestre e explorar o Universo. Conhecemos as profundezas dos oceanos, estudamos vulcões, descobrimos milhares de coisas interessantes sobre o funcionamento do corpo humano. Somos capazes de evitar doenças e, o que há pouco mais de 50 anos dizimava populações inteiras, hoje não passam de histórias.
Existem mais de 7 bilhões de pessoas no mundo. E cada uma delas tem a capacidade para realizar algo extraordinário e se tornarem líderes impressionantes. Ter consciência de que você pode fazer a diferença no mundo é o primeiro passo para realizar as mudanças que você quer ver.
E, mais: a liderança na indústria onde você trabalha também é de sua responsabilidade. Um líder é capaz de enxergar e estimular os talentos das pessoas que o cercam. Comece a enxergar as pessoas sob essa perspectiva e logo verá mudanças em seus comportamentos. Seus colegas já se sentirão motivados pelo simples fato de perceberem que seus talentos são valorizados.
As pessoas produzem mais e melhor quando sentem que fazem parte de algo maior. Diga a elas o motivo pelo qual o trabalho que exercem é importante.
A comunicação é um dos principais desafios da liderança na indústria
Não poucas vezes, em minhas palestras e treinamentos, pessoas do departamento de recursos humanos de pequenas, médias e grandes empresa comentam dos desafios que enfrentavam diariamente. Nisso percebo que todas elas, não importa o tamanho, têm que vencer uma primeira e importante barreira: a má comunicação. Pesquisando, pude perceber que as boas empresas, as que têm menos desafios desse tipo são aquelas nas quais as pessoas nos mais altos escalões, têm mais tendência de dar ouvidos ao que os outros pensam, falam e sentem.
É importante prestar atenção ao que está sendo dito por todas as pessoas. Mesmo que não tenham a mesma experiência ou conhecimentos que nós, se estivermos abertos, podemos aprender muito com eles.
Empatia: a chave de ouro para a construção de relacionamentos
Grande parte das pessoas subestimam o poder da empatia. Elas confundem a compreensão e o respeito com “passar a mão na cabeça” e, por isso, tendem a ignorar a humanidade que existe nos outros. Pense o seguinte: todos temos desafios (erradamente chamados de problemas). Portanto, todos temos dificuldades e nem sempre nos sentimos motivados para seguir adiante.
Escutar implica abrir-se ao que os outros estão sentindo. Isso não significa aceitar tudo o que os outros fazem: significa aceitar que os outros têm o direito de sentir o que sentem. Ter empatia também não é escutar o outro só para lhe dar conselhos — isso pode ser paternalismo desagradável! Ter empatia é fazer o outro perceber que o que ele sente outras pessoas também sentem: eles não estão sozinhos. Espaços de atividades conjuntas podem ajudar nesse processo — momentos de trocas de experiência como algumas que mencionei neste artigo sobre dinâmicas de grupo podem permitir esse senso de integração, pertença e equidade entre todos.
O melhor é que se importar com o bem-estar dos seus colegas fará você ser considerado alguém em quem podem confiar, um líder que estará sempre presente para ajudar. E essa é a base de qualquer relacionamento, seja ele profissional ou pessoal.
Todos têm sentimentos. Até mesmo o carregador mais forte e calado.
Saber se apresentar é a mais forte ferramenta da liderança na indústria
Você conversa diariamente com pessoas de todas as formações culturais. Alguns falam mais que um ou dois idiomas, entendem de gráficos e contas complexas. Outras, porém, são pessoas com formação básica ou sem ela sequer. Para comunicar com todos o membros da sua empresa, desde os operadores de máquinas aos conselho diretor, além de um ouvido empático, você precisa falar de maneira que toque todas as pessoas. É preciso entender a linguagem de quem está te ouvindo para conseguir estabelecer uma boa comunicação.
Já pensou porque tantas pessoas pararam para escutar Martin Luther King, Barack Obama ou Nelson Mandela? Não será por que eles comunicavam em uma linguagem que tocava a todos? Todos as grandes lideranças sempre se mostraram capazes de transformar palavras em energia contagiante que move multidões rumo a um propósito único.
Aprender a falar bem é obrigatório para quem alcança uma posição de liderança. Neste e-book você encontrará as algumas dicas para desenvolver melhor a sua capacidade de oratória e apresentação para se tornar esse líder.
Criando um propósito comum
O senso de propósito é o principal combustível do ser humano. E é papel do líder mostrar que cada pessoa do time é importante para que um objetivo comum seja alcançado.
Para estimular a coletividade e o trabalho em equipe, preparamos um material de presente de ano novo que ainda está disponível. O e-book As 3 forças para fazer acontecer em 2017 nos fala da importância de encontrarmos um propósito para as nossas ações, em especial através do trabalho e do amor. E que melhor forma de demonstrar que se preocupa com a equipe de trabalho que realizar treinamentos?
No Instituto Deândhela investimos constantemente em conhecimento e desenvolvimento de habilidades. Até as nossas reuniões alinham a comunicação entre a equipe e trabalhamos em conjunto para alcançarmos as metas coletivas e individuais. Cada membro participa ativamente do planejamento estratégico e todos assumem a liderança de alguma maneira.
A liderança de Walt Disney na indústria do entretenimento
A liderança para Walt Disney se assentava sobre esse verbo: acreditar! Desde a criação de seus personagens à montagem de seu negócio, ele acreditava profundamente em seu trabalho. Mais do que isso: Disney acreditava nas pessoas com quem ele trabalhava. E por isso mesmo era capaz de fazer os outros acreditarem em si mesmos.
O sucesso do criador do rato mais famoso do mundo é atribuído especialmente à sua capacidade de liderança. Ao inaugurar o seu primeiro parque temático, Disney inovou até mesmo na maneira de se direcionar à sua equipe. Desde os faxineiros aos diretores da empresa, todos fazem parte de um elenco. Todos são atores e atrizes cujo objetivo é um só: fazer do seu parque temático o lugar mais feliz do mundo!
Não há como negar a imponência do império que ele criou em conjunto com sua equipe. O mais interessante disso tudo é que ele sempre demonstrou que nada do que conquistou foi fruto exclusivamente do seu trabalho. Reconhecia a importância de cada membro de seu elenco e fazia questão de que todos soubessem que eram valorizados.
Então, não importa se você lidera crianças no berçário ou executivos no topo da empresa internacional: saiba que liderar é acreditar que do chão da fábrica ao último ponto da linha de montagem a indústria é um filme no qual, todos juntos, são o elenco do sucesso.