Alguns estudiosos afirmam que a figura do Papai Noel foi inspirada num bispo turco chamado Nicolau. Ele ficou conhecido por ajudar as pessoas pobres ao deixar saquinhos com moedas próximas às chaminés das casas. Por causa dos vários relatos de milagres atribuídos a ele, veio a ser canonizado como santo. Porém, foi na Alemanha que sua figura foi associada ao Natal e, depois, espalhou-se pelo mundo. Nos Estados Unidos ganhou o nome de Santa Claus, no Brasil de Papai Noel e em Portugal de Pai Natal. O curioso é que, até o final do século XIX, o bom velhinho era retratado com uma roupa de inverno na cor marrom ou verde escura. A inovação veio em 1886, quando o cartunista alemão Thomas Nast criou uma nova imagem para ele: a roupa nas cores vermelha e branca, com cinto preto. Contudo, foi somente em 1931, com uma campanha publicitária da Coca-Cola em que o Papai Noel usava esse figurino figurino — que também eram (e são!) as cores da marca, que essa representação se popularizou mundialmente.
Mas, afinal, o que podemos aprender com essa história?
Se o Papai Noel pode inovar, você também pode!
A palavra “inovar” parece até moda hoje. Ela está em todos os lugares, em todas as bocas e artigos. O maior problema disso é que isso tem se tornado um conceito vazio. As pessoas criam desculpas para não inovar ou têm tanto medo da mudança que não a aplicam.
Mas se até uma figura lendária como a do Papai Noel consegue inovar no visual e fazer sucesso mundo afora, por que você não?
Existe um mito de que é preciso criar algo novo para inovar. E isso impede o progresso de uma forma que chega a ser angustiante. A inovação é a capacidade de mudar pequenas coisas de cada vez para, ao final, obter um resultado melhor do que se tinha antes. E esse processo é muito parecido com o da criatividade.
As etapas da inovação
1) Escolha um problema
A inovação não acontece por acontecer. Ela surge de uma necessidade ou um desejo. Seja por problemas vividos no cotidiano ou por situações particulares, todos precisamos de soluções práticas e simples.
Tenha em mente um problema claro que você quer resolver e comece a trabalhar em ideias para isso.
2) Estabeleça métricas
Não é possível saber quão bom o nosso produto está até que possamos medir de alguma forma. Isso significa que é preciso ter parâmetros de comparação para saber se a inovação que está sendo realizada e se ela é, de fato, útil. Uma maneira de se fazer isso é por meio de resultados financeiros.
Contudo, nem sempre o retorno financeiro é a melhor maneira de medir seus resultados. Então, como acompanhar a inovação?
Para criar um sistema de indicadores que atenda às suas necessidades, você deve considerar 4 premissas básicas, segundo o Pieracciani.
- Elas devem ser representativas. Ou seja, devem espelhar o progresso da organização em termos de inovação, estar conectadas com a estratégia e servir de base para tomada de decisão.
- Organizadas em “pilares” que representem as dimensões a serem avaliadas.
- Devem servir de base para o reconhecimento, portanto servir para incentivar a inovação em todos os níveis.
- Ser facilmente traduzidas em metas e comunicadas, propiciando o comprometimento dos colaboradores com os processos.
Isso significa que quem determina o que e quanto está sendo inovado é você.
3) Observe e pesquise
Se você me conhece pessoalmente, já assistiu a uma de minhas palestras ou acompanha o blog ou segue o meu canal no YouTube, já deve saber que eu amo estudar. Essa minha paixão me levou a lugares e resultados que eu nunca tinha sequer imaginado quando eu era mais jovem. Isso porque quanto mais eu estudo, mais ideias eu tenho.
Pesquisar e observar diferentes coisas não somente estimula a criatividade, como nos permite enxergar o problema de uma nova maneira. As soluções inovadoras vêm da habilidade de conectar os mais variados tipos de informações.
Um exemplo que eu gosto muito é de uma equipe cirúrgica que conseguiu agilizar drasticamente o processo ao implementar o mesmo sistema de pit stop da Fórmula 1. Parece estranho unir carros e pessoas em uma mesma forma de solucionar o problema. Mas a verdade é que a dificuldade era a mesma: velocidade para encontrar as ferramentas e realizar o que precisava ser feito.
Não procure soluções em lugares óbvios. Quanto mais variada a sua fonte de informações, melhor será a sua capacidade e inovar!
Esteja atento ao mundo à sua volta e absorva tudo o que puder para ter boas ideias.
4) Viva intensamente
Quando nos propomos a resolver um problema, devemos estar cientes de que as soluções podem ser extremas. A inovação exige que nos posicionemos fora da nossa zona de conforto. Como consequência, qualquer possibilidade de tédio deixa de existir. Em compensação, a segurança também é algo que deixa de ser frequente.
O principal objetivo aqui é se permitir a fazer coisas que você jamais fez antes. Não estou dizendo para aderir a esportes radicais da noite para o dia. Mas tente sair da sua própria rotina de alguma forma. Se você costuma pegar um caminho X para o trabalho, experimente amanhã o caminho Y. Faça uma trilha, leia um livro diferente, conheça pessoas novas. Proponha-se tentar algo novo todos os dias e logo você perceberá novas soluções para o seu problema.
5) Deixe as ideias amadurecerem
Essa etapa é importantíssima! Há quem ache que criatividade é feita só de momentos eureka!, mas a verdade é que tudo depende desse conjunto de etapas que estou comentando aqui. E amadurecer as ideias é a etapa que vai provocar os insights mais preciosos que você possa ter.
O seu cérebro precisa de algum tempo para conectar as informações que obteve durante a pesquisa. Respeite esse tempo e aproveite para fazer atividades que estimulem a circulação sanguínea, mas sem desgastar a sua mente: correr no parque, tomar um banho, meditar…
6) Ahá! Ideias a mil!
Se você quer ser inovador, comece a carregar um bloquinho de anotações por aí. Ou até mesmo o celular (o aplicativo do Evernote é muito prático nesse sentido). O objetivo nessa fase é anotar o máximo de ideias possível para solucionar problema que você escolheu. Podem, inclusive, ser ideias irrazoáveis ou absurdas. O mais importante é que elas sejam diferentes daquilo que já foi implementado como solução.
Eu, por exemplo, tenho um caderno de ideias que fica junto à cabeceira da minha cama. E outro que eu carrego sempre comigo. E também faço anotações no celular. Se for preciso, escrevo até em guardanapos para não deixar uma ideia se perder! Por fim as organizo em um único arquivo para não perdê-las.
E, após a pesquisa e a maturação, as ideias costumam chover. O mais difícil é ter a primeira delas, mas depois… O difícil é parar de tê-las!
7) Crie um protótipo
Certa vez ouvi que boas ideias não geram lucro. O que gera lucro é a execução dessas ideias. Se você não produzir algo concreto (um protótipo, um modelo teste, um curso beta ou afins), todo esse processo terá sido em vão. Nosso Papai Noel hoje não seria um velhinho com roupa vermelha e botas de couro preto se Nast não o tivesse desenhado assim. E nem se a Coca-cola não o tivesse mostrado ao mundo dessa forma.
8) Pergunte e seja empático!
É preciso realizar muitos testes antes de uma inovação ser aprovada. Pergunte o que pode ser melhorado e peça feedbacks. Isso não é, exatamente, uma parte do processo de inovar. Mas é o momento em que você descobrirá se sua ideia foi tão brilhante quanto você desejava.
Descubra se a solução que você encontrou atende às necessidades atuais ou se ela cria um outro problema. Coloque-se na posição de usuário e perceba se o que foi proposto é, de fato, a melhor opção. Se não estiver contente com os resultados, repita todo o processo novamente.
Uma vez aprovado, eis que você tem uma inovação poderosa e estará pronto para conquistar o mundo!
Algumas dicas extras
Com tudo isso, quero ainda lhe dar de presente algumas dicas extras processar melhor seus insights e aproveitar ao máximo da sua criatividade enquanto estiver passando por um momento de inovação.
- Elabore diagramas;
- Utilize mapas mentais;
- Desenhe ou crie um protótipo;
- Trabalhe muito! Mas descase de forma proporcional;
- Pense em perspectiva e analise a situação por outro ângulo;
- Deixe a mente livre para criar e as mãos preparadas para desenhar;
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