Aos 32 anos de idade, já empreendi diversas vezes. Uma delas foi em uma clínica de estética, da qual fui sócia com a ilusão de que, por ser mulher e amar estar ali, eu também iria amar trabalhar com aquilo. Claro que não foi bem assim que funcionou, mas a experiência me rendeu muitos aprendizados que aplico até hoje.

Além disso, também tive duas franquias de uma faculdade (uma em Teresina e outra em outra em Fortaleza) que eu administrava de Goiânia. Foram anos de trabalho intenso com uma equipe maravilhosa. Construímos uma empresa que deu muito certo, chegando a ser avaliada em mais de R$5 milhões! Só que tudo na vida tem um fim… E depois de três anos, eu e minha sócia percebemos que tínhamos interesses diferentes, o que fez com que terminássemos a sociedade.

Nessa separação, acabei perdendo tudo o que havia conquistado e tive que recomeçar do zero. O motivo pelo qual estou compartilhando hoje esta história é para te mostrar que entendo o quanto é difícil se reerguer em um momento em que parece que o mundo está contra você.

Para superar aquele baque, utilizei uma técnica que até hoje aplico em minha empresa, o Instituto Deândhela, e na minha vida pessoal, com uma taxa de aproveitamento de 100% das vezes! Isso mesmo: na minha experiência, a técnica FPI nunca falhou.

Mas o que significa FPI?

Focar nos Pensamentos que te Impulsionam. Simples assim.

Para desenvolver essa técnica, me baseei em algo que percebo em muitas pessoas: a síndrome do rabo do cachorro. Essa síndrome nada mais é do que quando alguém fica correndo a vida toda atrás de algo, mas sem obter nenhum resultado positivo.

Ao observar essas pessoas (incluindo eu mesma no passado) descobri algo que revolucionou minha forma de encarar os desafios diários da vida. Deparei-me um dia com um estudo realizado na Universidade de Harvard que concluía que, para anular o efeito de uma ação negativa no seu dia, é necessário vivenciar pelo menos cinco momentos positivos durante o mesmo período! Foi só então que compreendi que para visualizar as coisas boas que acontecem conosco diariamente é preciso exercitar a percepção e se treinar para ouvir a “voz positiva” que temos interiormente.

Pessimistas dirão que isso é conversa de quem só teve coisas boas na vida, de quem tem tudo de mão beijada. Mas acredite em mim, não passa nem perto disso.

Geraldo Rufino, um grande empresário do ramo de desmanche de caminhões, é um exemplo de pessoa que cresceu “apesar de”. Walt Disney também faliu algumas vezes, e inclusive chegou a comer do lixo para sobreviver nos primeiros anos da carreira. Barack Obama, Ralph Lauren, Coco Chanel, Arnold Schwarzenegger, Oprah Winfrey, Malala Yousafzai e tantos outros nomes de homens e mulheres que venceram, passando por cima de todos os desafios vividos.

Harry Potter e o FPI

  1. K. Rowlling, célebre autora da saga Harry Potter e a 3ª escritora mais bem paga do mundo em 2016, é um exemplo de quem aplicou com sucesso o FPI em sua vida (ainda que ela não chame assim).

A escritora britânica admitiu em várias entrevistas e em um discurso feito para uma turma de formandos da Universidade de Harvard que, no início de sua carreira, ela estava no “fundo do poço.” Ela referiu ao FPI como os “benefícios do fracasso”.

Apesar de ter passado por momentos dificílimos (divórcio após poucos anos de casada, desempregada, mãe solteira e tão pobre quanto se pode ser na Grã-Bretanha sem morar na rua), ela se apegou à única coisa que realmente valorizava e se entregou ao trabalho de sua vida: Harry Potter.

De forma brilhante, Rowlling inseriu na famosa narrativa a técnica do FPI. Os fãs da série jamais vão se esquecer do feitiço do Patrono. Ele consiste em pensar na sua lembrança mais feliz para ser capaz de emitir uma energia poderosa que combate os dementadores (monstros que se alimentam da felicidade dos seres humanos, causando depressão, desespero, angústia e um “vazio da alma”).

Como aplicar o FPI de forma realista?

Sempre que se deparar com algum obstáculo em sua jornada, lembre-se destas três perguntas e reflita sobre os pensamentos que estão em sua mente:

  1. Continuar pensando assim me aproxima do resultado que quero?
  2. Quais consequências terei se continuar acreditando nisso?
  3. Que pensamentos devo ter que me impulsionam na direção dos meus objetivos?

Anote suas reflexões. Dedique-se especialmente à terceira etapa deste processo. Eis aqui alguns exemplos bem legais para você começar a fazer isso:

  • Meu chefe não me valoriza! → Pelo menos eu tenho um trabalho!
  • Meus pais pegam demais no meu pé! → Que bom que tenho uma família que se preocupa com meu bem estar!
  • Tive que pagar 80 mil reais de imposto neste ano! → Estou faturando muito bem neste ano!

Lembre-se: FPI não é o mesmo que contentar-se com o que está ruim!

Focar nos pensamentos que te impulsionam é um caminho para vencer as dificuldades que você está vivendo hoje! Jamais se contente com o que te faz infeliz ou que prejudica sua saúde (física, mental ou espiritual).

Os desafios são necessários para a sua evolução. Valorize os aprendizados que pode tirar deles. Mas saiba que, ao aplicar o FPI, será muito mais fácil enxergar a solução para o que hoje parece impossível.

Em qual pensamento você vai focar hoje? Compartilhe comigo nos comentários!