Negociar é uma necessidade humana. É questão de sobrevivência para qualquer pessoa independente da sua área de atuação. O casamento, por exemplo, é um grande processo de negociação. Em seguida, há uma negociação apara planejar quando será encomendado o primeiro filho.

O filho, ao ser gerado, já demanda negociação com a mãe. Na barriga, o bebê se comunica dando de chutes. Quando nasce, o choro é uma forma de negociação praticamente ganha/perde, uma vez que a criança ganha o que deseja e a mãe perde o sono, a calma!

A sequência continua, quando é preciso negociar na hora de levar o filho à escola ou onde será o almoço do domingo: na casa da mãe ou da sogra? E à medida em que a criança cresce, a complexidade da negociação aumenta proporcionalmente.

A grande questão é que, em muitos momentos, o processo deixa de ser negociação para se tornar manipulação. Seja com agressividade ou vitimização, a manipulação exige mais competência da outra parte para, de fato, conseguir manter um acordo ganha/ganha, em que mãe e filho saiam ganhando.

Como negociação é uma arte e pode ser desenvolvida com estudo e prática, sugerimos cinco dicas ajudar as mães a obterem resultados fantásticos:

1 – Não feche negociações imediatamente: No calor da emoção, tendemos a tomar decisões precipitadas e o resultado nem sempre é satisfatório. Portanto, assim como nos negócios, negociar com filho ou marido requer cabeça fria e tempo para se munir de mais argumentos. Toda proposta necessita de análise para avaliar os prós e contras, diante de cenários, mercados e outras propostas. Logo, diga ao seu filho ou filha que, no outro dia, depois de pensar melhor, você poderá dar uma resposta definitiva e o desafie a pensar também sobre o que ele ganha e o que perde, caso você feche a negociação no formato proposto.

2 – Faça muitas perguntas: É muito comum começarmos a falar sem entendermos o real interesse da outra parte. As pessoas tendem a focar na posição do outro, que é a ponta do iceberg, ou seja, está ligada ao que vemos pela comunicação verbal. O problema é que as posições vêm carregadas de julgamentos. Ao falar, o ser humano tende a omitir muitas informações e disfarçar seus reais interesses. Não podemos julgar com base em nossas visões do mundo, pois somos muito diferentes e, até mesmo filhos, têm suas diferenças e pensamentos ocultos. Para identificar os reais interesses, é fundamental fazer muitas perguntas poderosas com sensibilidade na observação para assertividade na negociação.

3 – Apenas escute: Além de não termos uma escuta ativa na hora da comunicação, tendemos a não termos uma escuta empática também. Isso significa que pensamos em milhares de coisas, enquanto os filhos estão falando, e tendemos a expressar nossos sentimentos por meio da comunicação não verbal. Essa nossa reação, ao que o outro diz, pode gerar um ruído na comunicação e até intimidá-lo a expor seu ponto de vista. Seu filho (a) tentará se defender ou guardar informações se não se sentir seguro (a) a se abrir com você. Portanto, escutar sem o desejo de reagir ou julgar, mas com o desejo sincero de compreendê-lo (a). Esse é o meio mais eficaz de estabelecer a confiança, tão necessária para que o processo de negociação flua amigável e eficazmente.

4 – Explore o Rapport: Ao negociar com crianças, o que todas as mães deveriam fazer, para serem mais assertivas, é ficar na altura da criança e olhar em seus olhos para que a comunicação flua melhor. É necessário falar a língua da criança e exercitar a empatia para que ela possa perceber seus sentimentos e apreço por ela. Você pode dizer não de uma forma completamente aceitável e não se deixar levar pelas chantagens emocionais. Discussões e brigas acontecem quando não há negociação. No mundo, quando não há negociação, há guerra. Há processos e desgastes litigiosos.

5 – Peça uma contrapartida: É muito comum as mães fazerem as vontades das crianças em troca de uma boa nota , do dever de casa em dia ou da ajuda em atividades domésticas. O senso de responsabilidade é fundamental para que as crianças entendam que nada neste mundo vem de graça. Contrapartida é uma parte importante da negociação.

Para as mamães que têm o desafio de negociar, negociar e negociar, desejamos sucesso, pois todos os dias são seus!

Tathiane Deândhela é CEO e Fundadora do Instituto Deândhela, é consultora de carreira, empresária, escritora, professora, palestrante, executiva multidisciplinar e trainer sênior dos programas de treinamentos e desenvolvimentos do Instituto Deândhela. Diretora de Educação da AJE (Associação de Jovens Empresários e Empreendedores). Master Coach Trainer pelo The International Association of Coaching, Especialista em Marketing com ênfase em Serviços (FGV), Liderança (FranklinCovey), além de Negociação e Gestão do Tempo. Possui certificação em Negociação pela Universidade de Harvard; curso de Liderança e Coaching pela Universidade de Ohio, mestrado internacional em Liderança pela Universidade de Atlanta.